domingo, 30 de dezembro de 2012

out of context #10

“O que se torna difícil, mas também aquilo que o pode diferenciar de um doente mental é, exactamente, aprender com a experiência. Os doentes não aprendem: estão sempre a fazer o que sempre fizeram. Para aprender, é preciso, antes de mais, lembrar-se do que se passou. As estratégias de esquecimento são próprias dos histriónicos. Depois, é preciso assumir o erro e a derrota, coisa que os obsessivos ou os paranóides nunca assumem. Se passar por um período de tristeza, isso é perfeitamente natural e ajuda-o a pôr em causa os seus hábitos antigos. Mas se resolver a coisa com antidepressivos, lá se vai a oportunidade que a natureza lhe ofereceu para elaborar as suas defesas. Finalmente, é necessário assumir a completa responsabilidade pelo que se fez. Se lhe arranjarem a desculpa de uma qualquer doença, ficará convencido de que tudo se resolverá de uma maneira mágica quando a doença lhe passar, e nunca lhe passará pela cabeça que o assunto está debaixo do seu controlo.”



que é como quem diz: Tens o poder nas tuas mãos.


in: ABREU, J. L. Pio – Como tornar-se doente mental. Coimbra: ed. Quarteto. 2004

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