“O que se torna difícil,
mas também aquilo que o pode diferenciar de um doente mental é, exactamente,
aprender com a experiência. Os doentes não aprendem: estão sempre a fazer o que
sempre fizeram. Para aprender, é preciso, antes de mais, lembrar-se do que se
passou. As estratégias de esquecimento são próprias dos histriónicos. Depois, é
preciso assumir o erro e a derrota, coisa que os obsessivos ou os paranóides
nunca assumem. Se passar por um período de tristeza, isso é perfeitamente
natural e ajuda-o a pôr em causa os seus hábitos antigos. Mas se resolver a
coisa com antidepressivos, lá se vai a oportunidade que a natureza lhe ofereceu
para elaborar as suas defesas. Finalmente, é necessário assumir a completa
responsabilidade pelo que se fez. Se lhe arranjarem a desculpa de uma qualquer
doença, ficará convencido de que tudo se resolverá de uma maneira mágica quando
a doença lhe passar, e nunca lhe passará pela cabeça que o assunto está debaixo
do seu controlo.”
que é como quem diz: Tens o poder nas tuas mãos.
in: ABREU, J. L. Pio – Como tornar-se doente mental. Coimbra:
ed. Quarteto. 2004
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