sexta-feira, 26 de julho de 2013

feminismo contemporâneo

"A entrada é feita pela porta da frente
Querem ler sobre coisas fofinhas? Então não contem comigo.
Qual é a cena com a obsessão milenar dos homens com sexo anal? E em que momento da História nos convencemos que curtíamos bué ser penetradas por trás? Eu sei que o tema é polémico e que vai chocar muitas mentes livres deste século XXI. Mas olhem, azarito. Já sabem qual é o assunto, podem sempre voltar atrás e não ler o resto.

E por falar em atrás, há uma proposta que resulta (quase) sempre: quando um gajo me propõe uma sessão anal, eu digo "ya, bacano! Quero imenso!". E, ato contínuo, proponho-lhe o mesmo. Socorrendo-me de um objeto fálico não cortante, sugiro-lhe que, antes do ó-tão-prazeiroso ato, ele experimente o quão agradável é ser penetrado por um cilindro num orifício concebido para expelir sólidos e gasosos. "Ai não queres? Então porque é que eu hei-de querer?" Resulta quase sempre. Quase.

Mas voltando à vaca fria. Eu culpo as revistas femininas. Tão paladinas da modernidade e tão conservadoras. "Como ter uma carreira de sucesso"... para agradar ao teu homem. "Como perder 25 kg em 3 dias"...para arranjares um homem. "Como ser independente e feliz"...para conquistares um homem. O mesmo se aplica ao cu. Temos que dar o cu. Primeiro para sermos modernas. Segundo, e a razão mais importante, para sacarmos um gajo. Porque, uma vez a relação consolidada (dar o cu, só quando já agarraram o gajo. Antes, nunca!), se não tivermos "experiências sexuais tórridas" (= dar o cu) o mais certo é que o nosso homem se vá tornar o homem de outra qualquer.

Vivemos na era do medo. Medo de ficar sozinhos. Medo de perder o emprego. Os amigos. De ter filhos. De não ter filhos. De engordar. De emagrecer. De morrer. De desagradar. E para agradar (eh pá, não me venham com essa conversa que adoram fazê-lo, que é super íntimo e intenso... Blá blá) fomos fazendo concessões. As erradas, claro. Há que estabelecer prioridades, minhas senhoras. A minha é: "a entrada é feita pela porta da frente".

PS: sabem aquela história do "não gostas? é porque ainda não experimentaste comigo"? É treta."


from http://afarmaciadeservico.clix.pt/

está tão bem escrito que não acrescento mais. gosto especialmente da lucidez crítica relativamente às revistas femininas, que têm temas velhos com títulos novos.

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