segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

sábado, 5 de dezembro de 2009

same pic, different topic



É impressionante a formatação mental das pessoas.

É triste a incapacidade de libertar amarras, qual Matrix, qual Alegoria da Caverna, de tornar a vida menos óbvia.

A imagem pode ser a mesma, o conteúdo, similar, mas a forma sempre diferente. Na vida, na relação sexual, nos trabalhos de grupo/equipa.

Variety is the spice of life. Por algum motivo se fala em apimentar relações. Em adocicar laços. Eu sugiro que se dêem novas cores, novos rasgos, novos toques na vida. Que se aproveitem os sentidos. Que se cheire a manhã, principalmente se chove(u). Que se toque a cama. Que se caminhe descalço.

Que se ouçam os sons. A vida vai parecer diferente. Nós vamos estar diferentes.

Às vezes não é o que usamos que nos modifica a vida. São as pequenas coisas. Os campos de trigo para a raposa. Uma luz num jardim, uma paisagem num miradouro, para mim.

The Meeting Place


Encontram-se num parque de estacionamento público. Cada um vem no seu carro, que estacionam como quem quer chumbar num exame de condução. Penetram no maior dos dois, onde passam quase uma hora à conversa. Ela é uma amante exigente. Ele sai a correr, entra no seu carro e parte sem demora. Vai preparar o lar para a receber, para a prender a si. Acender velas pelo quarto. Espalhar pétalas de rosa pelo caminho que quer que seja percorrido pelos passos dela. Deixar mais "à mão" um óleo para massagem, objectos delicados para amarrar corpos e medidas profilácticas de reprodução humana. Ele só pensa nela. Ela demora-se no carro. Verifica se está perfeita na sua imperfeição. Dá um pequeno retoque ao corpo e à arrumação do carro, arrumando intimamente algum assunto, mentalmente. Só depois parte. Ela não pensa só nela.

No final, o parque de estacionamento perdeu os seus amantes. A luz acendeu-se no candeeiro, para servir de guia.

Em casa dele, são as mãos e as línguas que servem de guia.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

não foi a primeira proposta, mas provavelmente a que a incomodou mais‏

provavelmente, por ele ser casado.

a acção decorre num estabelecimento dedicado à restauração. é de noite. ele chega, auto-confiante, atraente, convicto de que o bom aspecto pessoal e do monovolume recente que conduz abrem muitas possibilidades. faz o seu pedido, e contempla-a enquanto espera pelo troco.

há momentos em que os instinstos imperam. ou em que a racionalidade impera sobre as percepções.

ela apercebe-se. estranho. que quereria um homem casado de uma aparentemente vulgar funcionária de uma gigante empresa internacional de fast food, ainda para mais quando ela veste um casaco claramente vários tamanhos acima do seu, em que toda a sua sensualidade perece?

ele enceta conversa. ela não tem mais que fazer, e além disso rege-se pela simpatia, pelo que dialogam.
- fica aqui a noite toda?
- não, credo! saio às oito e meia.

imediatamente após o pronunciar das palavras surge o arrependimento. entre outros pensamentos, o de que vai sozinha para casa.

- ah, então ainda por encontramos por aí.
- talvez.

afinal de contas, o mundo é grande, mas bem pequeno por vezes.

- talvez possamos beber café.
- talvez não.
- talvez não...
- não. boa noite.

o que o discurso directo oclui: que os olhos dele não abandonaram a rapariga. que à casualidade do "talvez" seguiu-se a recusa firme e peremptória do "talvez não", que de dúvida, de incerteza, só tinha a palavra talvez. nessa altura ele olhou-a bem nos olhos. quis perceber se havia talvez. não havia, nem margem para dúvida nos olhos dela. vencido, olhou em frente. esta noite devia ter tirado a aliança, pensou ele. ou talvez não.

a rapariga ficou dispersa em cogitações.
o que leva um homem a arriscar tudo o que tem por garantido, aquilo a que promoteu e se comprometeu ficar unido e ser feliz para sempre?
o que tem de tão fascinante a mulher?
e quando é uma rapariga, mulher? que faz ela sem o fazer, que lança tão negras sombras sobre outra mulher?
será que a outra, a legítima, a que deveria ser a única, a especial, estava a trabalhar? ou afadigar-se-ia a arrumar a casa, a alma e o corpo à espera do homem que ama? teriam filhos e planos em comum?

uma aparentemente vulgar funcionária de uma gigante empresa internacional de fast food pode não ser uma rapariga desesperado por dinheiro, aventura ou sexo, combinados ou perspectivados como factores individuais. pode querer tudo isso de outras formas.

além disso, ela, que não usa qualquer espécie de aliança, sente-se comprometida. ama o "seu" homem e não o quer a protagonizar cenas destas.
não, obrigada.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

detalhes




pormenores.


detalhes.


apontamentos.


de cor e alegria.


que causam a diferença.

Outro material


Porque nem só de pedras se fazem pequenas peças.

Com o tempo mais fresco pode apetecer outros materiais junto à pele, como este colar é disso exemplo.

Produtos de beleza? :)


Com olhos azuis, um colar azul sobressai. Ou fá-los sobressair.

Com várias pedras, de diversos tipos, se compõem pequenos objectos que fazem a diferença no look.
Aliado, eventualmente, a pó de arroz, pode ser que encante alguém - no mínimo, a própria que usar.

domingo, 12 de abril de 2009


É um brinco. É um pendente.
É azul turquesa. Ou bebé.
É um objecto prateado redondo.